Oi!!
Hoje eu vou resenhar um mangá ( de Rinko Ueda) que lí neste final de semana, Hadashi de bara wo fume (ou Stepping on Roses, como foi traduzido na versão americana). Uma tradução mais literal para o mangá seria algo como “pisando descalço em rosas”.
A edição que eu estou lendo é a americana, da Viz, e que conta atualmente com 5 volumes. O mangá é originalmente publicado na revista shoujo Margaret (a mesma de Akuma to love song). E sim, eu comecei a ler porque as capas são lindas (vergonha de confessar isso!).
Eu não encontro nenhuma palavra que descreva melhor a série do que NOVELA. Sério! Eu não sei como eles ainda não fizeram nenhum dorama baseado neste mangá, porque com certeza seria daqueles doramas que a gente morre de ansiedade até chegar o próximo capítulo.
Mas vamos começar a resenha pelo princípio. Logo no primeiro capítulo conhecemos a nossa protagonista, Sumi, de quinze anos, que vive uma vida absolutamente miserável! Já é clichê ver personagens pobres, mas eu nunca vi ninguém TÃO pobre assim. Sumi mora em um barraco (de um cômodo só) com seu irmão mais velho (um gigolô irresponsável, que se envolve em muitas dívidas por conta de suas apostas), e diversas crianças, que o seu irmão trouxe para casa (ele coleta crianças abandonadas), com o pretexto de fazer com que Sumi não se sentisse sozinha. As crianças são criadas como irmãos dos dois.
Acontece que, devido as dívidas de seu irmão, e como Sumi não tem nenhuma educação (considerando que a história se passa na Era Meiji, se ela fosse mais polida ela poderia encontrar emprego como criada em alguma casa, mas ela é totalmente rústica), ao se deparar com o desespero de perder a sua casa, Sumi se vê obrigada a se prostituir (embora eu acredite que ela mesma não tenha muita noção das implicações disso).
O primeiro capitulo é… desesperador. Eu fiquei em pânico naquela cena em que ela fica com a irmã doente no colo pedindo esmola… (E por acaso é nesta mesma cena em que ela conhece o possível príncipe da história, um homem lindo que a ajuda nesse momento de necessidade, e por quem ela se apaixona instantâneamente, mas nós voltaremos a falar dele mais tarde…).
Voltando a parte em que ela decide se prostituir. Ela vai lá para uma… área de prostituição, e pede um preço absurdo para se vender. Obviamente, ninguém que está lá está disposto a pagar tal quantia. É quando surge Soichiro…
Soichiro entrega o dinheiro à Sumi, e literalmente a compra. Mas ele não a quer só por uma noite. Ele faz um acordo: que ela finja ser uma dama e se case com ele de fachada. Ele nunca a amaria, e ela por sua vez, também nunca deveria amá-lo. Ele precisa se casar para receber a herança de seu avô. Ela precisa do dinheiro para sustentar seus irmão menores e pagar os débitos de seu irmão mais velho. E é assim que a novela começa…
Vamos aprofundar um pouco na história do mangá. Mas nenhum grande spoiler irá aparecer, os que existem estão devidamente ocultos (selecione para ler as partes que estão em amarelo).
Para começar, vamos falar de Sumi. Ela consegue reunir um amontoado de clichês. Primeiro somos levados ao vislumbre de “memórias de uma gueixa” quando ela fica carregando pra lá e pra cá o lenço do homem amado, mesmo que ele seja um sonho distante (ou nem tão distante assim). Depois temos “My Fair Lady”, na preparação dela para o casamento, e em vários outros momentos, já que ela é absolutamente rústica embora tenha que aparentar ser uma dama.
A personagem é meiga, e eu confesso que ao longo da história comecei a simpatizar um pouco com ela. Mas ao mesmo tempo ela é totalmente imatura. Além de nunca agir na hora certa, ela se apega a palavras ditas em situações que não são mais compatíveis com os momentos atuais… por exemplo, mesmo quando ela e Soichiro obviamente já se gostam, ela fica fixa na promessa de que eles casam com a intenção de nunca se amarem. outro momento onde a imaturidade de Sumi fica evidente é no beijo do casamento. Gente, ela não queria se vender? Precisava bater nele só por causa de um beijinho??? Mas antes de ficar com ódio, eu lembro que ela é apenas uma menininha de quinze anos que nunca teve nenhum tipo de instrução 🙂
(Mas ela ganhou meu coração por saber jogar! hahaha)
Agora, o triângulo amoroso. Mais clichês. Soichiro é um mimadão. Ele é terrível com ela, e ele fica ainda mais grosso quando ele começa a se apaixonar. Tudo porque um de seus planos é fazer com que seu melhor amigo, Nozomu, se apaixone por ela a ponto de roubá-la dele. Se ele fizer isso, ele se sentirá totalmente em débito com Soichiro, e o banco de seu pai sempre financiará a sua empresa.
Então, se ele for gentil com Sumi, ele tem medo de que ela se apaixone por ele, e o seu plano vá por água abaixo. O problema começa quando ele se apaixona por ele, aí ele não consegue mais lidar com essa situação corretamente. Soichiro acaba por conseguir este financiamento, não por mérito seu, mas por mérito de Komai, que em uma ardilosa manobra consegue criar uma situação onde Nozomu rouba Sumi, que depois retorna a ser esposa de Soichiro. (Mas a situação é tão constrangedora, que a família de Nozomu se sente em débito mesmo assim!).
Nozomu, o melhor amigo de Soichiro, é o homem que deu esmola para Sumi, no começo da história. Ela já é apaixonada por ele, embora ele não saiba que ela é a menina das ruas. Ele depois de um tempo se apaixona por Sumi. De uma maneira bastante obsessiva e doente. Mas ela só vê que ele é um psicopata quando ele foge com ela… E ele não é pouco psicopata… é MUITO! Ele é o típico lindo gentil, e que se revela totalmente assustador.
Outra pessoa seriamente perturbada e perigosa é a esposa que Nozomu arruma… Mas ela não é tão importante assim… No grupo dos psicopatas temos também a empregada, que não deveria ter a importância que tem… Uma personagem detestável, e que eu ainda não entendi como conseguiu se manter no emprego…
Agora, Soichiro. Soichiro no começo é detestável. Mas depois, ele ganha o meu coração. Ele é totalmente tímido, e não sabe lidar com seus sentimentos. Embora ele sempre aja na hora certa, e sempre esteja disposto a perdoar Sumi. Depois que ele percebe que ama Sumi, ele passa a respeitá-la, e a cuidar dela de verdade.
Agora, o meu personagem favorito, em disparada, obviamente é o mordomo Komai. Ele é aquele serviçal leal até a morte (desde que seu mestre não desconfie dele jamais, senão ele ficará irremediávelmente ofendido ^^). ele é aquela figura sombria, que está em todas as cenas, e parece ser o único personagem capaz de entender as situações como elas realmente são. Ele sabe de tudo, ele vê tudo, e ele conhece a vida de todos. E ainda assim, ele consegue ser a criatura mais fofa e oportuna do mangá. Dá para amar mais?
Além de que, todo aquela devoção por seu mestre, me parece ser um pouco mais que isso… Mas sobre isso também pode ser apenas o meu lado fujoshi falando mais alto ^^^
E não adianta nem me perguntar. Não, eu não fiquei nem um pouco indignada pela personagem ter quinze anos e se casar. Essa idade é bastante comum para a época (embore seja incomum ver personagens menores de 16 anos, pelo menos, nas situações em que vemos Sumi, nos mangás shoujo).
Agora, um minutode silêncio para a minha indignação. Nozomu e Sumi, são loiros dos olhos azuis. Todas as ambientações são completamnete ocidentais, e as roupas também. Mas em vários momentos aparecem referências japonesas, e fica evidente que eles utilizam coisa ocidentais… porque acham chique. POR QUE A AUTORA NÃO REMOVEU AS PARTES ORIENTAIS E AMBIENTOU A HISTÓRIA EM ALGUM CENÁRIO EUROPEU? Sinceramente, não iria fazer diferença NEHUMA e ficaria muito menos forçado.
Falei muito hoje, né? Bom pra finalizar, o que eu tenho para dizer a respeito de Stepping on Roses, é que é um mangá cheio de clichês, e que não vai mudar em nada a sua vida. Eu não gostei no começo, mas como toda boa novela, depois que você se envolve na história, é impossível parar. Eu li o mangá inteiro em uma velocidade alucinante, emendei um capítulo no outro. E estou ansiosíssima pelo próximo volume. Se gostei? Ainda não sei. Mais eu me viciei completamente.
XOXO
Mallu
Tags:Hadashi de bara wo fume, Mangá, Margaret, Rinko Ueda, Romance, Shoujo, Stepping on Roses, Viz
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